Qual é a composição do óleo de motor?

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Existem 3 tipos de óleo automotivos (mineral, semi-sintético e sintético), certo? Mas pergunto: qual é real a diferença entre eles? A história pode ser bem complicada, mas vamos tentar desmistificá-la aqui. Curiosamente, é exatamente a composição dos diferentes tipos de óleo que os faz diferente! Existem dois componentes principais em todo óleo lubrificante: o óleo de base (muitas vezes chamado de basestock) e os aditivos. (OBS: não confundir com óleo combustível).

hidrocarbonetos Qual é a composição do óleo de motor?
Esquema ilustrativo da composição molecular de diferentes tipos de hidrocarbonetos

O basestock compõe a maior parte do óleo e representa a essência do lubrificante. É constituído por inúmeros tipos de hidrocarbonetos de cadeia longa (alifáticos e aromáticos, de 15 a 50 carbonos), aditivos de lubrificação, alguns metais (alumínio, bário, fósforo, zinco e arsênico, dentre outros) e outros diversos compostos orgânicos e inorgânicos variados (sendo alguns bem tóxicos como benzeno, tolueno, xileno e etilbenzeno).

Os hidrocarbonetos são as moléculas que dão a propriedade lubrificante ao óleo é é constituído por cadeias de átomos de carbono e hidrogênio ligados em série, como no desenho ao lado. Note que quanto maior a cadeia de carbono, mais “viscoso/sólido” é o elemento. Os aditivos melhoram ainda mais as qualidades positivas e procuram minimizar as qualidades negativas que possam existir num determinado basestock. Os principais aditivos utilizados são: anti-corrosivos, anti-espumantes, detergente-dispersante, melhoradores do Índice de Viscosidade e agentes de extrema pressão – ver esse artigo do nosso site para mais detalhes). O óleo mineral segue exatamente com essa lógica.

Óleo Mineral

O óleo mineral é refinado do petróleo bruto, extraído de poços naturais subterrâneos e têm sido utilizado como lubrificante desde o desenvolvimento dos primeiros veículos automotores (~1910). Depois que o óleo é recuperado, são realizadas várias etapas de purificação no refino para melhorar sua qualidades de lubrificação. Normalmente apresenta muito mais elemento contaminantes que os outros 2 tipos.

Óleos Semi-sintéticos

Há alguns lubrificantes disponíveis no mercado que são tão puros e refinados que poderiam ser classificados como sintéticos. Entretanto eles não são óleos sintéticos verdadeiros, eles têm um pouco de óleo de base mineral, (bem pouco, impossibilitando a classificação deles como “óleo mineral”). Esses são os chamados no Brasil de óleos semi sintéticos! O óleo mineral pode ser submetido a um processo de refinamento super extremo chamado hidrocraquelamento.

Essa técnica muda a estrutura de muitas das moléculas do óleo mineral pela quebra e fragmentação em diferentes estruturas moleculares muito mais estáveis. Isso resulta em uma basestock que tem muito maior estabilidade térmica e oxidativa, bem como uma melhor capacidade de manter a viscosidade adequada através de uma ampla faixa de temperatura — quando comparado a um óleo mineral típico. Além de terem pouquíssimos contaminantes presentes, estes óleos apresentam características de desempenho elevado.

Óleos sintéticos

Lubrificantes sintéticos têm pouca semelhança com os derivados do petróleo, apesar de ambos servirem para lubrificação. Enquanto os sintéticos são projetados para essa finalidade, os minerais são adaptados para cumprir o papel. Na fabricação de óleos sintéticos, o primeiro passo é definir a substância lubrificante desejada. Com isso, são realizadas pesquisas para determinar as características necessárias para a aplicação.

A produção de óleos sintéticos é mais simples que o refino de petróleo. Hidrocarbonetos de baixo peso molecular são quimicamente combinados para criar materiais de maior peso molecular, com propriedades específicas definidas previamente. Não é preciso separar frações por peso molecular ou remover contaminantes, pois o produto é puro desde o início.

Esses óleos oferecem vantagens como excelente desempenho em temperaturas extremas, maior estabilidade oxidativa e térmica, menor atrito e vida útil prolongada. Contudo, seu alto custo os torna mais comuns em motores de alta performance, como os de Ferrari e Porsche, que operam em condições extremas de temperatura e RPM.

Mesmo assim, podem ser usados em motores novos de carros comuns, trazendo benefícios significativos. Curiosidade: esses óleos congelam a -34,4°C e fervem a 360°C, embora possam pegar fogo a cerca de 135°C. Para mais detalhes, consulte o documento da ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry). ver esse documento em PDF,

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